Pau dos Ferros e todo o Alto Oeste
passam neste momento por um rigoroso racionamento de água, o que limita o
uso de um bem imprescindível para a nossa sobrevivência assim como para
o desenvolvimento, pois a água sempre foi e será um bem indispensável a
este fim em qualquer região; isso nos remete a uma reflexão: o que
fazer para que uma das regiões mais populosas do Estado e especial Pau
dos Ferros não lhe sejam limitadas as possibilidades de desenvolvimento,
já que na atual situação está claro o que está acontecendo. A nosso
ver só existe uma saída que será a ampliação da Barragem de Pau dos
Ferros que atualmente possui uma capacidade de apenas 54 milhões de
metros cúbicos e sempre foi insuficiente para a perenização do rio ao
longo dos municípios a jusante do reservatório (parte de Pau dos Ferros,
São Francisco do Oeste, Tabuleiro Grande e parte de Itaú, o que daria
um impulso na economia desses municípios em especial de Pau dos Ferros,
que é o pólo comercial da região), além de ser insuficiente para a
irrigação (vale salientar que o perímetro mesmo sem funcionar em sua
totalidade da área, sempre paralisa o seu funcionamento, por falta de
água) e sendo insuficiente também para o abastecimento humano. Mas tudo
tem solução, pois a bacia hidrográfica de 2.050 Km 2 sendo maior que a
bacia hidrográfica da barragem de Umari no município de Upanema, que é
de 1.533 Km 2, e tem uma capacidade de quase 300 milhões de metros
cúbicos; além de considerar a necessidade por passamos sempre por
períodos de seca e por períodos de enchentes, a exemplo de 2004 em que a
barragem de Santa Cruz com capacidade para armazenar 600 milhões de
metros cúbicos, que no início da estação chuvosa armazenava apenas 17%
de sua capacidade, chegou a seu limite máximo pela primeira vez
quebrando todas as previsões trabalhadas, além de ter alagado todo o
vale do rio Apodi-Mossoró até a sua foz em Areia Branca no mesmo ano e
em anos seguintes; sendo esta água em grande parte oriunda da bacia
hidrográfica da barragem de Pau dos Ferros, pois esta é em torno da
metade da bacia hidrográfica da barragem de Santa Cruz, além de ter
origem no Alto Oeste que possui solos rasos e índice pluviométrico um
pouco superior a registrada no médio curso do rio. Outro ponto a ser
considerado é que toda essa água acumulada em Apodi, não nos serve do
ponto de vista econômico, pois para trazê-la de volta para Pau dos
Ferros teríamos um gasto enorme de energia, o que inviabiliza muitas
atividades, além de ser um erro deixar a água passar e depois
transportá-la a custos altíssimos (mesmos custos que inviabiliza o uso
das águas da transposição do São Francisco para algumas atividades), o
DNOCS já fez ampliações em outros lugares a exemplo do açude do Trussu
em Iguatú/CE que foi inaugurado em 1967, na época com 55 milhões de
metros cúbicos e foi ampliado para 301 milhões em 1996. Para a ampliação
da barragem de Pau dos Ferros será necessária a construção de um dique
protegendo a cidade de Rafael Fernandes, elevação da ponte da BR 405
sobre o rio que corta a cidade, além da necessidade de realocação das
áreas de lazer para áreas mais amplas e com capacidade para atender a um
público muito maior de turistas e visitantes. A ampliação da barragem
de Pau dos Ferros, além de nos trazer segurança hídrica, reduzia os
riscos de alagamento em todo o vale do rio Apodi-Mossoró.
* Francisco Gonçalo Filho é Engenheiro Agrônomo e especialista em Gestão Ambiental.
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