11Ads 468x6


O POLÍTICO E O BABÃO

Autor: Paulo Tarciso


Esse eu fiz mesmo com gosto

Só para nos despertar

Sobre o político e o BABÃO

O cargo pior que há

Merece mesmo o desprezo

Nem mesmo o chão pra cruzar:

Se o político tem defeito

Pior mesmo é o BABÃO

Tudo que o patrão fizer

Merecendo até prisão

O puxa-saco o aplaude

Diz que o chefe tem razão.



Se for derrubar a escola

O BABÃO A diz: - Acertou

Já num tá servido mesmo

O povo já abandonou

Esse prefeito é pra frente

Valeu meu voto, doutor!



Mas se o projeto for outro

O cemitério implodir

-Eu aplaudo, o BABÃO diz

Não é preciso pedir

O prefeito tem visão

Prefeito bom é esse aqui.



Quando o outro candidato

Disputa com o seu patrão

O BABÃO chega estremece

Que a baba cai pelo chão

Se intriga até da mulher

Se ela for outra opção.



Diz que Pedro do outro lado

Já é mesmo um derrotado

Não vai ter 500 votos

Chama até pobre coitado

E se outro aparecer

Diz: é mais desmantelado



Só quem presta é o seu chefe

Até seus sapatos limpa

Abre porta do veículo

Nunca cansa a sua língua

Não sabe que logo em breve

Vai sofrer desprezo, à mingua.



Quando um do outro lado

Quer ele disse não prestar

Muda para o seu patrão

Ele vem logo abraçar

Espalha nos quatro cantos

- Ô cabra bom de lascar!



- Eu sabia que ele tinha

Agora ele acertou

Homem descente e direito

Com o meu patrão já ficou.

Pode até num valer nada

Mas o BABÃO consertou



Se o patrão corta uma verba

Que era da educação

O BABÃO diz: Está certo

Ali não tem precisão

Pra que precisa merenda

Engorda e dá congestão.



O povo tá precisando

De remédio e hospital

O BABÃO diz: - Mas pra quê?

Tem alguém passando mau?

É gasto sem precisão

Vacina as vezes faz mal.



Se a precisão é de médico

Seu chefe não contratou

O BABÃO diz: Mas pra que?

O povo aqui se curou

Usa o remédio caseiro

Tá certo sim, meu senhor.



Se o patrão mora aqui perto

Se muda pra bem distante

Pro povo não vê-lo mais

Em qualquer hora ou instante

O BABÃO diz: - Está certo

O povo é muito pedante!



Se o chefe bota a família

Inteira pra trabalhar

E o vira-lata de casa

Tem contracheque a assinar

Mesmo o povo criticando

O BABÃO em defesa está.



Diz: - É gente da confiança

Um povo bom e especial

Mas mesmo que não trabalhem

O BABÃO diz: É normal

Primeiro o povo de casa

As sobras, pro animal.



Se um cantor canta na festa

E não recebe o cachê

O BABÃO diz: - Não precisa

Um dia vai receber

Se o patrão for reeleito

Sei que não vai se esquecer.



Aí o patrão decide

Sempre pagar atrasado

O povo só reclamando

Contrata um advogado

O BABÃO toma a frente

Diz: - Ô povo aperreado.



O BABÃO é tão vazio

Guenta tanta humilhação

Quando o chefe esquenta o quengo

Não quer ouvir babação

Manda o BABA ir embora

É de cortar o coração.



O BABA chora e desfaz

Pro povo não perceber

Mas a tristeza é tão grande

Que deixa até de comer

O sono desaparece

Té o dia amanhecer.



Quando chega o novo dia

Já tá de novo o BABÃO

Na porta do “coronel”

“Pedindo a sua bênção”

Mesmo que o chefe não olhe

Ele se abaixa até o chão



E a cor do chefe político

Ele veste ano inteiro

Seja vermelha ou azul

Ou amarelo o letreiro

Ele anda norte ao sul

Pois é um BABÃO verdadeiro



A calça, a camisa e as meias

É a cor do seu patrão

Penso que até a cueca

E se usar “cilourão”

Tem que ter a mesma cor

Que é pra chamar atenção.



Se alguém discorda do chefe

E o BABÃO escutar

Vai correndo dar o recado

O seu amigo entregar

Se o colega é perseguido

O BABÃO vai comemorar.



Quando tem uma passeata

O BABA pega o patrão

Bota nas costas e carrega

Se espreme até o pulmão

Em vez de jogar no lixo

Leva pra o palco o chefão.



É assim esse animal

Quase de estimação

Merece todo o desprezo

E nunca a nossa atenção

É coisa, um puro objeto

Não vale mesmo um tostão



Um conselho quero dar

Para o BABA profissional

Puxa-saco o ano inteiro

De janeiro até o natal

Procure se dar valor

Não vê que isso é imoral?



Vá cuidar da sua vida

Ache outra ocupação

Vá vender fruta na feira

Mesmo tecido ou colchão

Lavar carro ou cortar carne

Consertar televisão.



Dê valor a você mesmo

Procure outro afazer

Mude essa roupa política

Dar nojo até em te vê

Mude também de conversa

Ninguém suporta você.



Fale sobre outro assunto

Mas só de política não

Em vez desse assunto nojento

Em banco, praça ou balcão

Fale então de futebol

Qual time vai ser campeão?



Se este conselho seguir

Você terá mais respeito

Irá ter dignidade

E verá rápido o efeito

Basta você aceitar

Ser BABA e o pior defeito.

fonte: Cesar Cavalcanti / via Tabuleiro Grande



0 Comentários: