“O
pensamento dominante às vezes sugere uma “falsa compaixão” para justificar o
auxílio a uma mulher para realizar um aborto, um ato de dignidade fazer uma
eutanásia, uma descoberta científica ‘produzir’ uma criança e considerar isso
um direito e não um dom”, ressaltou o pontífice.
“Tenham
cuidado, por que experimentar e jogar com a vida é um pecado contra Deus, o
criador”. Francisco não mencionou nenhum caso em particular, mas, recentemente,
o chefe do órgão do Vaticano responsável por temas de bioética condenou a
decisão de uma americana de recorrer ao suicídio assistido depois de ser
diagnosticada com câncer. O monsenhor Ignacio Carrasco de Paula, em entrevista
à agência italiana Ansa, afirmou: "Essa mulher pôs fim a sua vida achando
que morreria com dignidade, mas isso é um erro. Suicídio não é uma coisa boa”.
Neste sábado, o papa ressaltou que pôr fim à vida de um doente é dizer não a
Deus, e pediu aos médicos que, em casos assim, tomem “decisões corajosas,
contracorrente”. “Vossa missão como médicos os põe em contato com muitas formas
de sofrimento e, portanto, encorajo-os a serem bons samaritanos, tendo cuidado
especial com os idosos, os enfermos e os portadores de deficiências”.
Sobre
o aborto, o pontífice pontuou que não se trata de um problema religioso ou
filosófico, mas científico, porque envolve uma vida humana. “Não é lícito
acabar com ela para resolver um problema”, disse.
“Trata-se
de um conceito que não pode mudar com o avanço dos anos, pois, no pensamento
antigo ou moderno, matar significa sempre o mesmo”, acrescentou. Francisco
lamentou também que, em um momento de grandes progressos científicos, que
aumentam a possibilidade de cura de várias doenças, tenha ocorrido a diminuição
da capacidade de cuidar das pessoas, sobretudo, dos que mais sofrem ou são
frágeis.
“As
conquistas da ciência e da medicina podem contribuir para a melhoria da vida
humana na medida em que não se afastem das raízes éticas dessas disciplinas”.
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