Cidade da região Oeste Potiguar, desmembrada de Martins em 1963.
No dia 13 de
julho de 1706, com a entrega de amplas sesmarias nos sertões do Rio Grande do
Norte, teve início a colonização de uma região em terras que serviam de
esconderijo para os índios Tapuio Canindé. As sesmarias foram dadas ao
capitão-mor Afonso de Albuquerque Maranhão, ao padre Manoel de Jesus Borges e a
João Dias. Por causa do seu estilo desbravador de mateiro, sua habilidade no
manuseio do facão e a experiência que tinha como caçador, João Dias marcou sua
presença na região, perpetuando seu nome numa serra já existente, a qual passou
a se chamar serra de João Dias.
Com o decorrer do tempo foram surgindo no
sopé da Serra de João Dias, também chamada de Serra do Umbuzeiro, os primeiros
sinais de povoamento. Conforme registros históricos o arruado de João Dias já se
fazia presente em 1858 e sua capela em homenagem a São Sebastião foi inaugurada
em 1887. Em 1894 a localidade chegou a ser uma das grande povoações do município
de Martins.
Em 19 de agosto de 1963, através da Lei número 2.904, o
povoado de João Dias foi desmembrado de Alexandria e tornou-se município do Rio
Grande do Norte, sendo devidamente instalado no dia 19 de setembro do mesmo
ano.
Fonte: Idema-RN
História
ORIGEM DA
POVOAÇÃO
Em 13 de Julho de 1706 o Padre Manoel de Jesus Borges, o
Capitão-Mor Afonso de Albuquerque Maranhão e JOÃO DIAS, recebiam uma sesmaria,
ampla e vagamente localizada entre o os rios Acauã e o Curimataú, esconderijos
de velhacoutos e gentios dos Tapuias Canindé da nação Janduis (Nhanduiz). O
padre é o mestre requerente e faz o elogio aos companheiros, salientando-lhes as
respectivas competências. Afonso de Albuquerque Maranhão é homem afeito às
armas, capaz de comando e traça de guerra. JOÃO DIAS possui conhecimento
experiência e destemor na desbravação sertaneja. Era mateiro, caçador, fundador
de situações posseiras, atirador de bacamarte, manejador de facão rastejador de
caminhos ignorados. Homem insubstituível nestas empreitadas.
Em 23 de
Julho do mesmo ano, JOÃO DIAS tinha terras na Ribeira do Umary, Sertão do Apodi.
Deixara seu nome à serra de João Dias, rio e uma lagoa, no município de Martins
e ainda a lagoa João Dias no município de Apodi. Como tantos outros pioneiros,
batizou propriedades com seu nome e tanto no sul, quanto no Nordeste,
encontramos posses que levam o nome de João Dias.
A origem de João dias
se deu após este período, (1706) não se sabendo precisar o ano.
* Em 1894
a localidade chegou a ser uma das grandes povoações do município de Martins.
(IDEMA).
FATOS HISTÓRICOS
Após a fundação do povoado que levava o
nome do seu fundador ( costume de batizar a localidade com o nome do seus
proprietários) A povoação João Dias, pertenceu ao município de IMPERATRIZ (Hoje
Martins). E em 1843, já se registrava o nome de João Dias, com Patrimônio,
capela em taipa, construída em honra a São Sebastião, e cuja veneração continua
até nossos dias. Há notícias que parte da primeira capela foi destruída por um
vendaval, reconstruída posteriormente por uma promessa feita ao padroeiro São
Sebastião.
Os fiés e devotos conseguiram reerguer a capela e quando em
1877, a seca ameaçava dizimar toda a população com esse flagelo as pestes
epidêmicas, como a cólera, varíola, febre amarela entre outras trazidas para as
cidades pequenas pelos COMBOIEIROS – pessoas que tangiam animais para as cidades
maiores a exemplo de Mossoró, a procura de mantimentos, para vender ou mesmo a
procura de trabalho. Na volta, estas pessoas traziam as marcas destas doenças o
que agravava mais ainda a situação do povo destas cidades. Há ainda relatos de
habitantes daquela época como Simplício José Ferreira, José Pedro de Azevedo,
Tenente Gonçalves de Paiva que nenhum habitante foi morto durante a
seca.
Foi a partir da crença e da fé em São Sebastião – defensor da peste
da fome e da guerra - com a promessa de construir a igreja em alvenaria, maior
que a primeira, que a população de João Dias sobreviveu a este mal, e dez anos
depois, (1888) a promessa estava cumprida. A Nova capela fora erguida com o
trabalho em mutirão, homens, mulheres e crianças traziam os tijolos na cabeça ou
em lombo de animais, das caieiras, no pé da serra do umbuzeiro. A igreja resiste
ao tempo, e hoje é tombada pelo Patrimônio Histórico do Estado do Rio Grande do
Norte e pelo Patrimônio Histórico Nacional.
TRADIÇÕES
CULTURAIS
Desde 1843, é celebrada anualmente a Festa de São
Sebastião, sem nunca ser adiada ou antecipada. Desde essa data de 10 a 20 de
janeiro é celebrada com júbilo a festa maior da religiosidade do povo
Joãodiense.
Contam os mais velhos que além de proteger o povo contra as
pestes epidêmicas São Sebastião também protegia as cidades, do cangaceiro
Lampião, de quem ele era devoto, e por isso não entrava com seu bando nas
cidades onde o Santo era o Padroeiro. Há ainda um registro no livro Solos de
Avena de Alício Barreto –Escritor Catoleense – que conta causos da presença de
Lampião e seu bando na vizinha cidade de Antônio Martins (RN) quando este ia
rumando à Mossoró/RN e que só não invadiu a povoação de João Dias, por saber da
veneração ao Santo defensor da peste, da fome e da guerra. Prova desse respeito
pelo cangaceiro, foi que ele desviou na sua rota as cidades de Caraúbas e
Dix-Sept Rosado, ambas no Rio Grande do Norte, cujo padroeiro é São
Sebastião.
João Dias pertenceu como povoação ao município de Martins/RN
até 1930. Com a criação do Município de Alexandria, foi incorporado a este,
sendo elevado à categoria de Vila em 1962, desmembrado deste, em função do
Decreto Lei, número 2.094 de 19 de Agosto de 1963, do então Governador Aluízio
Alves, oficializando a solicitação do então Deputado Patrício Neto, com assento
na Assembléia Legislativa do Estado, instalando a sede do Município nesta
data.
A cidade é localizada no patrimônio de São Sebastião.
Portal CCNS
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