Inicialmente habitada por índios Cariris, o município de Currais
Novos tem sua origem ligada ao período conhecido como Ciclo do Gado, no século
XVIII.
No ano de 1755, o Coronel Cipriano Lopes Galvão, vindo de
Igarassu, PE, onde casara com dona Adriana de Holanda e Vasconcelos, fixou
residência na “data do Totoró”, estendendo pela região do “São Bento” uma
fazenda de gado. Na bifurcação dos rios Totoró e Maxinaré, confluência de
vaqueiros, construiu, em 1760, uma casa e três “novos currais”, de pau-a-pique
com troncos de aroeira, usados para o gerenciamento da criação, compra e venda
do gado.
O Coronel Cipriano Lopes Galvão morreu em 1764, deixando seis
filhos.
O primeiro de seus filhos, o Capitão-Mór Cipriano Lopes Galvão
(nascido em 1753), proprietário do Sítio São Bento, a pedido do pai, constrói
uma capela em honra a Sant’ Ana, custeando e doando “meia légua de terra”, na
ponta da Serra do Catunda, para patrimônio da santa. Em 1808, devido ao
desenvolvimento agropecuário, já havia outras famílias de colonizadores fixados
na região, constituindo um povoado. Assim, em 26 de julho de 1808, concluída a
capela, realizou-se a primeira procissão com a imagem de Sant’ Ana (trazida do
Recife), levada pelo Capitão-Mór, sua família, criados e amigos, do Totoró até a
capela.
Tendo crescido a população do povoado, a Capela original já não
comportava seus fiéis, por isso, em outubro de 1889, inicia-se a sua demolição
para a construção de uma igreja – hoje Matriz de Sant’ Ana.
Currais Novos foi
Distrito de Paz do município de Acari até o ano de 1890, quando, em 15 de
outubro, foi elevado à condição de município autônomo e sua sede, à categoria de
vila – sendo instalado a 6 de fevereiro de 1891. Em 29 de novembro de 1920, a
vila é elevada à categoria de cidade.
Quanto a sua denominação, deu-se
que os famosos “currais novos”, construídos pelo Capitão-Mór Galvão, tornaram-se
símbolos do desenvolvimento pastoril da região, passando a designar, com o
tempo, a fazenda, a capela, o povoado, a vila, e, conseqüentemente, o próprio
município.
Os currais que deram nome ao município funcionaram até 1790,
também com feiras de gado e vaquejadas – disputas de corridas entre vaqueiros, o
divertimento rural dos finais de semana. Após a morte do Capitão-Mór Galvão, as
disputas passaram a ocorrer no Sítio São Bento, onde se construiu, em 1830, um
pátio de vaquejada. Com o passar do tempo, a vaquejada torna-se uma tradição
para o município, atraindo sempre, até a atualidade, inúmeros participantes e
visitantes.
Portal CCNS
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