Professores decidem manter greve na rede estadual

Em assembleia realizada ontem à tarde, em Natal, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (Sinte/RN) decidiu manter a greve dos professores da rede estadual, que já dura mais de um mês e 15 dias. A categoria não acatou proposta divulgada pelo Governo do Estado e encaminhada para apreciação do sindicato ontem à tarde.

"Na verdade, o governo não apresentou nova proposta. Manteve a mesma proposta aos professores e pagamento de 30% do que é devido aos servidores desde o ano passado", comentou o coordenador regional do Sinte em Mossoró, Rômulo Arnaud, acrescentando que a continuidade da greve deve ser ratificada em assembleia em Mossoró hoje, às 8h30, no Serviço Social da Indústria (Sesi).Em nota divulgada ontem, o Governo do Estado disse ter feito nova proposta à categoria, reiterando a proposta já apresentada, na qual assegura, de imediato, a implantação do Piso Salarial Nacional do Magistério e o aumento real de 34% no vencimento de todos os profissionais do magistério da ativa e dos inativos, em quatro parcelas.Porém, de acordo com a entidade, limita-se a dizer que o pagamento de contratos temporários, estagiários, aposentadorias, horas suplementares e concurso público estão sendo equacionados pela Secretaria de Educação e Cultura. E anuncia para este mês pagamento de 40% do 13º salário, referente à primeira parcela, o que, segundo o Sinte, já vem sendo feito todos os anos.Segundo Rômulo Arnaud, essa proposta não atende aos anseios da categoria, cuja pauta de reivindicações prioriza a revisão do Plano de Carreira do Magistério e o pagamento do plano aos demais servidores da educação."O maior problema na proposta feita pelo governo é que a correção salarial só beneficiará a todo o magistério em dezembro. Além disso, o governo ainda não disse o que fará para pagar os valores reivindicados pelos profissionais", comenta a coordenadora-geral do Sinte, Fátima Cardoso.

Servidores querem evitar ''guerra jurídica'' 

Sobre a possibilidade de o Governo do Estado pedir a ilegalidade da greve da educação na Justiça, como fez com a Polícia Civil, o coordenador regional do Sinte em Mossoró, Rômulo Arnaud, esclarece que o governo não colocou isso oficialmente para a categoria.

"Se isso acontecer, vamos acionar a nossa assessoria jurídica, porque, na verdade, quem está infringindo a lei é o governo, que não está cumprindo a Lei do Plano de Cargos, nem a Lei do Piso Nacional. Vamos mostrar que quem está fora da lei é o governo", disse.Mas, segundo ele, a categoria não acredita que o governo vá radicalizar com os professores, já que as reivindicações são justas e embasadas em lei, e que o Sinte continuará apostando no diálogo e que esgotará todas as possibilidades de negociação.PROGRAMAÇÃOAssembleia hoje, às 8h30, no auditório do Sesi de Mossoró, deve ratificar a continuidade da greve na regional de Mossoró e faz parte da programação da paralisação dos professores para esta semana da coordenação do Sinte no Oeste.Além da assembleia, hoje haverá reunião com a comunidade escolar em Baraúna. Amanhã, reunião com a comunidade escolar dos bairros Santo Antônio e Bom Jardim, na Escola Estadual José Nogueira, às 15h.Sexta-feira, haverá ato público com panfletagem na Praça Independência (Praça do Mercado Central), às 15h. A intenção é chamar atenção da sociedade para a legitimidade da greve e para a importância do atendimento dos pleitos para melhoria da educação estadual.

Fonte: O Mossoroense