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HOMENAGEM AOS 80 ANOS DO SENHOR JOÃO SEVERIANO DA COSTA SOBRINHO




Falar do aniversário do meu pai, João Severiano, que chega agora (28 de abril), à felicidade de completar 80 anos. Tive a incumbência de selecionar algumas fases de sua vida. É uma tarefa difícil, sempre há o receio de deixar alguma situação de fora, ou de registrar uma situação a mais que outras, de não ser justa na escolha. Meu consolo é que a seleção é sempre pessoal, reflete o olhar de quem faz inevitavelmente parcial. E, assim, espero ser perdoada por minhas eventuais lacunas e preferências. Contudo, tive também uma mãozinha salvadora da minha filha.
Não é fácil escolher passagens de uma vida para apresentar em poucas linhas de um texto. Mas o "critério" que orientou a seleção foi dado por uma característica própria do meu Pai. Da vida, como marido, pai, avô, tio, amigo, ressalto que ele soube ser uma pessoa cordial no sentido positivo do termo, uma pessoa alegre e, sobretudo, capaz de tecer muitos laços de amizade e de simpatia. Não me lembro jamais de tê-lo ouvido falar mal de alguém, ou nutrir maus sentimentos. Os problemas, as brigas que sempre há, não parecem ter deixado marcas ou mágoas continuadas. É, como se diz, uma pessoa da paz.
É claro que, conforme os próprios ciclos da vida, os contatos com os membros da grande rede que ele foi tecendo se reduziram em freqüência, por vezes em intensidade, de modo que se tornaram mais constantes com os que lhe são mais próximos. Mas suas características pessoais permanecem, no coração e na lembrança daqueles com quem ele conviveu e convive com quem compartilhou momentos de alegria e tristeza, dividiu tempos de criação e de construção no trabalho, tempos gostosos de lazer – quando ele usava um adjetivo para as coisas boas - dizia que era “um menino!”. Aos 80 anos, seu senso de humor permanece cheio de prosa e certeiro, para alegrar quem está a sua volta.
Por isso, então, na seleção das fazes de sua vida, procurei registrar essa sua capacidade de criar uma rede de pessoas queridas, um privilégio! E, também, dar um especial relevo às memórias de um homem batalhador e vencedor.
Por isso, finalmente, este momento é também uma oportunidade de agradecer a Deus por essa verdadeira graça de comemorar os 80 anos de meu pai. Essa celebração é um privilégio, reconheço. Num certo sentido, celebrar a vida, nestes tempos complicados, deve ser também uma obrigação.
João Severiano da Costa Sobrinho conhecido como João de Manoel de Hermógenes, um homem de muitos amigos, um homem de exemplo e de muita coragem e respeitado por todos. Um homem ímpar. Nasceu no sitio Várzea Alegre em Pau dos Ferros - RN, em 28 de abril de 1931. Portanto, há 80 anos. Aos 22 anos, em 1953 foi para São Paulo (Capital), convidado pelo seu primo Gonçalo. Lá foi trabalhar na construção do Aeroporto de Congonhas, e depois foi trabalhar na fábrica de Cerveja (Antártica). Ficando no Sul do País durante 5 anos.
Em 1958 volta para Pau dos Ferros, “moço bonito, formoso e muito cobiçado pelas mulheres” em 1962 casa-se com sua prima Toinha filha de (Lelenço) com quem teve 6 filhos. Em abril de 1970 fica viúvo, perde sua esposa e sua filha mais nova. 1970, ano de seca muito grande, onde todas as pessoas foram trabalhar na frente de trabalho da construção da estrada que ligava Pau dos Ferros a Mossoró. Ele foi o único a ficar, pois tinha uma missão muito grande a cumprir: Cuidar do pai com 70 anos e criar seus 5 filhos, o mais novo tinha acabado de completar um ano. Sua vida não foi fácil, queimava cardeiro (Cactos) para sustentar o gado, para ter o leite e não ver o gado morrer de fome. Mesmo diante das dificuldades da vida, ele era um viúvo muito bonito e elegante e por isso era muito cortejado e disputado pelas moças e viúvas da região. Em outubro de 1971 casa-se pela segunda vez com Francisca da Madareia. Com quem teve mais 6 filhos. Em janeiro de 1975 perde seu Pai e em julho do mesmo ano perde sua filha mais velha do segundo casamento. Sua vida sempre foi de muitas batalhas, mas as dificuldades da vida nunca tiraram sua alegria e sua vontade de viver. Hoje aos 80 anos, divorciado, com 10 filhos e 10 netos, mora só no mesmo sitio onde nasceu, o sitio Várzea Alegre, e tem a saúde e alegria de um garoto. E ainda é muito procurado pelos os amigos quando os mesmos precisam de uma ajuda ou de um conselho.

Por: Jaldenira Rego

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