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A Segurança Pública Potiguar em Xeque

Por mais que já seja uma situação descaradamente divulgada em toda a mídia nacional, o caos na segurança pública no RN não para de produzir novas opiniões, novos alertas e novas indignações. Apesar da miríade de artigos alertando para o buraco negro no qual nossa sociedade está entrando, o Governo vive um faz de conta fingindo que tudo está as mil maravilhas. Lemos um sensato artigo no Fórum Brasileiro de Segurança Pública que demostra bem o atual momento pelo qual passa o RN. O ensaio foi escrito por  Ivênio Hermes Júnior do RJ. (V&C Artigos e Notícias)


A Segurança Pública Potiguar em Xeque

O conceito de segurança pública no estado do Rio Grande do Norte não é o mesmo que o de outros estados. Os habitantes convivem com denúncias diárias de falta de segurança veiculadas em todos os meios de comunicação e além de conviverem com as denúncias, fazem parte dessa insegurança como protagonistas de um drama que lhes atribui o papel de vítima como a atuação principal.O povo não tem a quem recorrer. O tempo se arrasta e o quadro da segurança se altera para melhor numa velocidade vertiginosamente menor que o quadro negro da insegurança. Parece um jogo de xadrez cujos jogadores não usam regras claras para explicar seus movimentos.

DELEGACIAS FECHAM À NOITE


A maioria das delegacias continua fechada durante a noite. Esse pronto socorro da busca pela justiça passou a ser um balcão de denúncias que funciona apenas em horário comercial, como se fosse uma empresa qualquer. Numa comparação interessante, é como se as emergências dos hospitais somente trabalhassem de dia. Mas todos sabem que a maioria dos crimes ocorre a noite, justamente quando a “empresa” está fechada.


Quando se consegue o registro de uma ocorrência, os policiais civis atuam como meros relatores dos fatos. Nem delegados, nem escrivães e nem agentes têm condições de dar continuidade ao trabalho que se iniciou no balcão de denúncias, pois além de não haver um contingente adequado para o trabalho posterior, os poucos que continuam na ativa se encontram sobrecarregados pelo excesso de trabalho ou desmotivados pela impossibilidade de prestar um serviço bem feito.

DELEGADOS SOBRECARREGADOS
O Reflexo do acúmulo de serviço é notório. Há delegados que estão respondendo por delegacias em mais de 20 cidades e esses homens, descontentes diante do anúncio do governo de que só seriam nomeados 10 dos 82 aprovados para o cargo de delegados, decidiram entregar suas delegacias acumuladas. A presidente da ACADEPOL, Ana Cláudia Saraiva, diante dessa perspectiva, informou que "O acúmulo de delegacias é ilegal e a categoria vem suportando essa prática há anos na esperança de que essa nomeação aconteça e agora o governo diz que irá nomear só 10 aprovados. Não é só a Polícia Civil que precisa dessa nomeação, é a sociedade como um todo".E se os agentes e escrivães também demonstrassem seu descontentamento da mesma forma? Além dos 10 delegados, são apenas 10 escrivães e cerca de 70 agentes que deverão ser empossados até o próximo mês de janeiro.

CONCURSADOS PRONTOS PARA ASSUMIR ESPERAM A BOA VONTADE DO GOVERNO

Os concursados estão esperando sua chamada para o trabalho. O RN possui menos de mil policiais civis, mas precisa de cinco mil. Tem 509 concursados, treinados e só aguardando serem chamados para trabalhar. Entretanto e infelizmente, os estudos que “justificam e embasam” a irrisória convocação que está por acontecer, não condizem com a necessidade da população... e novamente a Lei de Responsabilidade Fiscal é a grande vilã, a criminosa que impede que a segurança pública do estado potiguar seja vitoriosa, e numa piada triste, talvez se essa vilã fosse presa e processada se chegasse a uma solução.


 DESVIO DE FUNÇÃO

Em outra ocasião já apresentamos aqui a situação da presença da polícia civil no estado. Em muitos municípios quem exerce a competência de polícia judiciária estabelecida no art. 144, §4º da Constituição Federal de 1988 é a polícia militar, que já tem suas próprias competências e é obrigada ao desvio de função. 

CARAÚBAS LIDERA RANKING DA VIOLÊNCIA

Casos como o do município de Caraúbas são apenas fatias do bolo amargo e indigesto que a população potiguar é obrigada a ingerir. Nesse município, a delegacia não possui escrivão, apresenta um efetivo insuficiente de agentes, o delegado responde por outras 13 cidades e disso decorre uma atividade investigativa ineficiente que impossibilita a determinação da autoria dos crimes e gera o arquivamento muitos inquéritos de crime de homicídios.No tabuleiro do jogo de xadrez da segurança pública potiguar, as peças continuam sendo movidas contra as regras. Ninguém entende o que está acontecendo, são muitas jogadas estranhas, muitas mãos invisíveis manipulando o jogo, muitas ações que alteram o jogo a todo instante. Não sabemos quem vai vencer essa partida da insegurança contra segurança, mas por enquanto quem está se beneficiando com essa disputa é a impunidade, os criminosos e aqueles que não querem ver a justiça sendo feita. A insegurança avança com movimentos surpreendentes e a segurança pública está em xeque

Via Umarizal News-RN

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